Depois de falar sobre como deu ruim no aluguel do nosso primeiro apartamento na Itália, achei que seria proveitoso falar também sobre como deu bom e conseguimos alugar o apartamento onde moramos aqui!
Então, separei em cinco dicas que funcionaram para nós e que podem ajudar na sua busca, independente de onde você pretenda morar no país!
Olha só:
Direto com o proprietário
Se possível, fale diretamente com o proprietário. Primeiro, porque é mais barato: você não precisa pagar a taxa da imobiliária, que é de um aluguel, e algumas centenas de euros nesse comecinho de Itália fazem MUITA diferença no orçamento!
Depois, porque você pode negociar diretamente com a pessoa interessada em alugar e isso normalmente traz um pouco mais de flexibilidade do que ter a intermediação de uma imobiliária, seja para falar de quantidades de mês de caução, seja para pedir um microondas na casa.
Você consegue isso procurando em alguns sites de anúncios ou em grupos no Facebook. Os sites que mais usei foram o Idealista e o Subito, e, para achar grupos de aluguel, procure no Facebook por “affitto [nome da cidade]” que deve encontrar facilmente! 😉
Contar sua história
Além de você, tem pelo menos umas quatro pessoas querendo o mesmo apartamento. Elas têm holerite, referências, falam italiano desde que nasceram… E você, o que tem? Sua história.
Ao longo da nossa busca por apartamento, percebemos que o que tínhamos de forte era o que tínhamos de diferente: o fato de sermos imigrantes, de trabalharmos remotamente, de optarmos por viver na Itália por causa destes motivos… E também notamos que, quanto mais contávamos nossa história, mais os proprietários e imobiliárias simpatizavam com a gente, e isso nos colocava na frente de todo mundo.
Afinal, já pensou no quanto uma pessoa tem que ser comprometida e séria para mudar de país sem nenhuma garantia? Em quanta urgência ela tem em achar um imóvel, porque em duas semanas vence o Airbnb? E quanto ela dificilmente vai causar algum problema, visto que ela não quer problemas para ela também?
Imagino que você concorde com tudo isso, mas é preciso convencer o proprietário e/ou a imobiliária disso também. Basicamente, você tem que ser bom em se vender!
A maior prova de que contar sua história soma muitos pontos é que os imóveis que mais chegamos perto de alugar – e o que alugamos – foram os que nos permitiram falar quem éramos, o que estávamos fazendo na Itália e o que buscávamos. É coisa simples, mas realmente fez TODA a diferença no fim.
Comprovar renda
Via de regra, você precisa de três busta paga, ou três holerites, para alugar um imóvel na Itália. Só que, se você acabou de chegar, você sequer tem um emprego, né?
Por isso, é preciso que você comprove ter renda para pagar o aluguel. Muita gente vai recusar qualquer tipo de comprovação que não seja a busta paga, mas outros tantos vão analisar sua proposta – e isso é metade do caminho para que ela seja aceita!
Para comprovar nossa renda, começamos com as notas fiscais dos nossos clientes no Brasil (como já contei algumas vezes aqui, eu trabalho remotamente há mais de um ano) e com o extrato da minha conta na Itália, que estava com dinheiro mais que suficiente para cobrir o caução + primeiro aluguel + taxa da imobiliária, se fosse o caso.
Daí a importância de se planejar muito antes de vir e economizar o máximo possível: além da comprovação de renda, você vai ter que viver em algum lugar até achar a casa, né? Então, tenha separada a quantia para entrar no apartamento (cerca de 5 aluguéis), com sobra, além de uma boa quantia também a hospedagem dessas primeiras semanas. Para ter uma ideia, o Airbnb onde ficamos, que era um dos mais baratos que encontrei na cidade, cobrava 400 euros a cada quinzena. Puxadíssimo!!
Ter “garantias”
Depois, acabamos apelando para outras alternativas. A primeira foi um guarante, que seria tipo fiador, por sugestão de uma imobiliária que nos ajudou muito. No caso, foram nossos pais: pedimos o imposto de renda deles e os incluímos na proposta como fiadores. Caso ela fosse aceita, eles precisariam enviar um documento assinado, confirmando que aceitariam.
Outra garantia que pudemos oferecer foi alguns meses de aluguel antecipado – chegamos a oferecer seis meses de aluguel, além do caução.
Enviamos a mesma proposta com fiador e seis meses de aluguel antecipado para dois apartamentos. Um deles não aceitou; o outro aceitou, mas recusou o fiador e os alugueis antecipados. E foi assim que conseguimos nosso apartamento, depois de um mês e meio de buscas!
Bora pro próximo
Mas não foi sem muitas lágrimas, muito suor e gastar muito o italiano para explicar nossa situação toda e argumentar com inúmeros proprietários e imobiliárias. No fim, já tínhamos levado tanto “não” que nem nos abalava mais. Alguns doíam mais que outros, claro, especialmente quando a casa era muito boa e parecia que estava a nosso favor!
Depois de ter passado por tudo isso, tenho dois conselhos meio de mãe para quem procura uma casa para alugar na Itália: o primeiro é que não adianta sofrer pelo que já disse não, continuar imaginando a vida lá e tudo o mais. Isso só vai te deixar mais triste e te fazer perder tempo, enquanto novos imóveis são anunciados todos os dias! Então, bora pro próximo, sempre.
E o segundo é que você vai, sim, receber tantos “nãos” que vai até perder a conta. Mas só precisa de UM “sim”! Sei que é mais fácil falar do que passar por isso, mas quando a gente coloca nessa perspectiva, o problema parece que adquire o tamanho que tem de verdade e resolvê-lo se torna um desafio mais simples.
Você tem mais alguma dica para ajudar quem quer alugar uma casa ou apartamento na Itália? Conte nos comentários!