Atualizado em 05/01/2024 para mudar links.
Você tem o sonho de morar fora do Brasil? Eu também! E, logo logo, começo a fazer minhas malas para me mudar de vez para a Itália <3
Quem conhece o blog sabe que já morei lá por quase seis meses, enquanto fazia o reconhecimento da cidadania italiana. E, agora que sou cidadã, vou me mudar para lá de vez.
Leia também: a série Jovem Larga Tudo, em que convidados contam como foram morar em outros países!
Mas, antes de arrumar as malas, tem um monte de trabalho a ser feito ainda no Brasil para garantir que você vai embora sem preocupações.
1. Moradia
Se você aluga um apartamento, é preciso notificar a imobiliária ou o proprietário que você vai sair. De modo geral, isso deve ser feito no mínimo 30 dias antes de entregar o apartamento.
Se ainda estiver dentro do tempo mínimo do contrato, você provavelmente terá também uma multa, que está indicada no próprio contrato ou é calculada pela Lei do Inquilinato. De modo geral, ela é calculada da seguinte forma: três vezes o valor do aluguel, dividido pela quantidade de meses do contrato, vezes quantos meses faltam para vencer. Você pode ver neste link uma explicação mais detalhada.
Há alguns casos em que a multa não pode ser cobrada, por exemplo, se você estiver de mudança por conta de transferência no trabalho.
De qualquer modo, o principal aqui é avisar a imobiliária de que você entregará o apartamento no mínimo 30 dias antes.
2. Dinheiro
Acredito que você já tenha dinheiro o suficiente para se garantir no novo país, né? Agora, como você pretende levar esse dinheiro para lá?
Minha sugestão é que você não leve tudo de uma vez, seja em espécie ou em algum tipo de cartão. Primeiro porque ter tanto dinheiro em espécie não é seguro. Segundo, porque com certeza há uma opção que cobre menos taxas!
Recomendo dar uma olhada na Wise, que faz transferência de dinheiro internacionalmente com taxas bem baixas e bem rápido – já aconteceu de eu receber no mesmo dia na Itália o dinheiro que mandei da minha conta no Brasil!
Mas, para usar a Wise, é preciso estar com o netbanking em dia, ok? Não esqueça de garantir que está tudo habilitado antes de se mudar!
Se você está de mudança para a Europa, leia este post com a melhor dica para levar sua grana pra lá!
3. Imposto de renda
Se você pretende passar ao menos um ano fora do país e sua fonte pagadora não estará no Brasil, não precisa pagar o imposto de renda no país.
Para que isso fique registrado e não dê problema depois, é necessário fazer a declaração de saída definitiva. O prazo para fazer isso vai de 30 dias antes da mudança até o último dia de fevereiro do ano seguinte.
Agora, se sua fonte de renda continua estando no Brasil, você continua tendo que pagar imposto de renda aqui normalmente. É o meu caso, que trabalho como freelancer remotamente – ou, como o pessoal gosta de falar, sou “nômade digital” – tenho conta no banco no Brasil e um CNPJ.
4. Procuração de plenos poderes
Esse documento é feito na esperança de que não precise ser usado, mas é bom ter. A procuração de plenos poderes ou de amplos poderes autoriza uma pessoa aqui no Brasil a responder por você em TUDO: de resolver um eventual problema com banco a comprar imóveis!
O “tudo” é especificado na própria procuração e ela pode ter data de validade ou valer pela vida toda. Minha sugestão é, por precaução, colocar o prazo de seu retorno previsto ao Brasil e, se for o caso, fazer uma nova depois dessa data. Também é importantíssimo, óbvio, colocar alguém de total confiança para te representar!
A procuração de plenos poderes pode ser feita em qualquer cartório e o valor é tabelado por estado. É necessário levar um documento de identificação, mas o cartório pode pedir mais comprovantes; não custa nada dar uma ligada lá antes para garantir 😉
5. Suas coisas
Até dá para levar seus móveis e tudo o mais para outro país, mas vamos considerar que você não quer alugar um container e pagar milhares de reais em taxas portuárias para mobiliar sua nova casa!
Então, você tem três alternativas: vender, doar ou guardar.
Para a primeira, recomendo começar procurando por grupos de compra e venda de usados na sua cidade no Facebook.
Na segunda, procure instituições que aceitem seus móveis, objetos e roupas! O que sobrar, veja com seus amigos e familiares se gostariam de “adotar”.
Por fim, se quiser guardar suas coisas aqui (uma boa alternativa para quem pretende voltar para o Brasil em alguns meses), depósitos do tipo self storage podem ser a melhor opção. O valor é mensal, varia por metro quadrado utilizado e você fica com a chave, ou seja, só você tem acesso às suas coisas.
Teve alguma outra burocracia para morar fora que te pegou de surpresa? Conta nos comentários! 😉