Um dos pontos mais famosos de Veneza é a Ponte dos Suspiros. Ela faz parte do “roteiro padrão” de Veneza, aquele você meio que inevitavelmente vai fazer ao seguir as placas até San Marco ou ir com o fluxo. Depois de atravessar a praça em direção ao Grande Canal e virar à esquerda na Riva Degli Schiavoni, ou no calçadão, é só andar um pouquinho e parar onde todo mundo estará parado tirando fotos.
A primeira vez que vi a Ponte dos Suspiros, lembro de ter me perguntado se seria possível ir até ela. E é, mas, ao contrário de praticamente todas as pontes de Veneza, não é de graça, nem barato. E também não vai te render fotos bonitas como as outras.
História da Ponte dos Suspiros
O único jeito de chegar na Ponte dos Suspiros é pelo Palazzo Ducale, que é a construção que fica à sua esquerda (se você estiver olhando pelo Canal Grande). Ele conecta o prédio à direita, que é a prisão. E, para passar pela ponte, você visita os dois.
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Afinal, o nome da Ponte dos Suspiros tem a ver com isso. A história que se conta é que os prisioneiros, depois de serem julgados no Palazzo Ducale, viam o mundo lá fora pela última vez quando a cruzavam em direção à prisão. Inevitavelmente, soltavam um suspiro ao admirar o Canal Grande pela janela.
Na verdade, não é tão fácil de ver o mundo lá fora pelos buracos da janela. Afinal, são duas de cada lado da ponte, quadradas, com uma estrutura de concreto que faz as vezes de grade, com desenhos vazados de flores. Então, para olhar lá fora, você tem que chegar bem perto, fechar um olho e olhar com o outro por um dos espacinhos.
Como é dentro da Ponte dos Suspiros
Passar pela ponte faz parte do itinerário padrão da visita ao Palazzo Ducale. Ou seja, existe um caminho sugerido, guiado por placas, mas você pode fazer o que quiser. Porém, acho que ninguém faz isso, rs.
Depois de andar por inúmeras salas suntuosas, com tetos decorados com afrescos e ouro, paredes de madeira muito escura e pisos tortos (os caras arrasavam nas artes, mas não tem um piso que não pareça um tobogã!), chega a hora de visitar a prisão.
Então, a mudança de ambiente é até brusca: você passa por uma passagem minúscula, muito estreita mesmo, e chega à Ponte dos Suspiros.
A Ponte é dividida em dois corredores, um pra quem vai e outro pra quem vem: o trajeto do passeio te leva até a prisão e de volta ao Palazzo para ir embora. Não é o lugar mais claustrofóbico que já estive na Itália (alô, cúpula da Santa Maria Novella em Florença), mas também não é um lugar onde você vai querer passar muito tempo. Especialmente durante a pandemia: é fechado demais, escuro, com gente chegando o tempo todo e fungando no seu cangote para também olhar pelos buraquinhos da janela.
Além disso, confesso, passei por ela pela primeira vez sem nem perceber onde estava. E, daí, voltei pra ver direito.
Afinal, ela é simplesmente uma ponte. E, olhando de dentro, um corredor apertado.
Vale a pena visitar a Ponte dos Suspiros?
Ela é o highlight da visita ao Palazzo Ducale. Meio como a Capela Sistina está para os Museus do Vaticano: no fundo, você está naquele lugar para ver essa coisa.
Mas, no fundo, a ponte, em si, não tem nada de mais. É curioso, mas não consideraria um passeio “obrigatório” ao visitar Veneza. Portanto, não se frustre se apenas tirar uma foto lá de fora olhando a ponte. Garanto que, do calçadão, a vista vai ser bem mais bonita 😉