Quem é vivo sempre aparece e, para o desespero de zero pessoas, eu mesma continuo vivíssima.
O último post desse blog é de uma viagem que fiz há mais de um ano, e foi postado meses depois. Acho que tinha a promessa de que viriam outros na sequência. Menti. Vacilo puro. Em minha defesa, eu realmente pretendia continuar escrevendo, mas… A vida aconteceu. Então, antes de retomar as atividades, queria contar um pouco do que foi que aconteceu comigo. Não porque eu acho que seja interessante para qualquer pessoa além, mas talvez porque eu queira registrar.
A primeira coisa que aconteceu, ainda em 2021, foi o divórcio, e todas as coisas que vêm junto com ele. Não posso te dar nenhum spoiler porque, se acontecer com você, será algo totalmente diferente do que foi comigo. Mas posso garantir que foi a pior e melhor coisa que aconteceu na minha vida.
Junto da mudança permanente de estado civil – sabia que, ao se divorciar, você nunca mais será solteira? – vieram um monte de mudanças que eu achava que eram parte normal da vida, e talvez até sejam, mas hoje vejo que estavam totalmente amarradas a ele. Tipo ir na academia depois de muito tempo sem por um tênis no pé, ter que enfrentar a mim mesma foi um saco e causou um monte de dores. Mas, assim como quanto mais você vai na academia, menos tudo dói no dia seguinte, aos poucos a dor foi passando e eu fui me permitindo carregar mais pesos. Literalmente e figurativamente.
Mas também não é como se me divorciar definisse tudo sobre a minha vida hoje. Quando criei o blog, eu tinha 28 anos; agora, tenho 32. Muita coisa muda em quatro anos, e, de fato, tudo mudou. Eu mudei de país pelo menos três vezes, tive inúmeros empregos, mudei o corte do cabelo, a cor, o tamanho das roupas, as músicas mais tocadas no meu Spotify e por aí vai. Meus interesses mudaram e, por mais que tenha sido muito divertido passar horas, hooooras, hooooooooooooras me dedicando para escrever post, tirar foto, gravar vídeo, chamar convidado para o podcast e tantos outros mil projetos que este blog acabou virando… Não é mais.
Não, eu não estou largando mão de tudo (até porque ainda ganho algum dinheirinho com os anúncios no YouTube, por exemplo! Obrigada por clicar). Mas, se você me segue em outras redes, deve ter notado que passei um tempão sumida. Acho podre de chic ficar offline e viver a vida sem contar para ninguém, mas não era esse o caso. Eu só estava me divertindo com outras coisas.
2022 tem sido, até agora, um ano caótico. Mas pensa num caótico bom. Aquele caótico de todas as coisas que você quer acontecerem ao mesmo tempo.
Eu mudei de emprego não uma, mas duas vezes.
Eu entrei para o elenco de um musical em Londres.
Eu viajei com minha melhor amiga, com meus pais, com meu namorado.
Eu arrumei um namorado.
Eu recebi visitas de alguns dos meus melhores amigos, depois de quase quatro anos morando fora.
Eu mudei para meu próprio apartamento.
Eu fiz quatro corridas e um triatlo, e ainda tenho pelo menos mais duas medalhas pra conquistar até o fim do ano.
E agora estou aqui, sentindo que finalmente coloquei a casa em ordem para voltar a abraçar esta minha paixão, que é escrever. Sim, escrever, porque todas as outras coisas foram ótimos hobbies de quarentena, mas não me movem – pelo menos, não como eram.
E a gente já faz muita coisa por obrigação nesta vida; o que fazemos no nosso tempo livre tem que ser algo para nós.
Então, é isso. Esse tempo longe me fez lembrar que este endereço, que eu criei e construí com tanta dedicação, só precisa de uma faxina para voltar a ser aquele lugar aconchegante onde eu sempre quis expressar minhas impressões e dividir um pouco das minhas experiências.
Vamos nessa. Fique de olho que logo tem post novo.
Prometo.
