Já falei aqui sobre todas as coisas que não gostei em Paris, e, quase um ano depois, vim contar sobre uma coisa que eu gostei na cidade. E ela está ligada a uma das coisas da outra lista: o preço de tudo.
Toda vez que alguém me perguntou o que achei de Paris desde que fui para lá (honestamente, não foram muitas), meu comentário foi “linda, mas muito cara, e olha que eu moro em Londres”.
Usei o meu infalível Índice Da Pizza – que avalia o preço de comer fora com base no preço da pizza marguerita do local – para avaliar o preço de comer nos restaurantes da cidade e o resultado foi assombroso. Como essa viagem foi em março do ano passado (em vez de ficarmos nos perguntando por que eu tô escrevendo só agora, vamos apenas ficar felizes que estou escrevendo, ok?), não lembro exatamente o valor, mas era algo entre 15 e 20 euros; em Londres, uma marguerita cara custa 12 libras.
Vale comentar, também, que eu estava hospedada na região da Republique e com certeza existem lugares mais baratos, mas eu não quis desviar das regiões mais turísticas para tentar achar comida mais barata. Sem contar que o tempo e dinheiro que gastaria no transporte público para encontrar já não compensaria o trabalho.
Enfim, como contei no outro post, vivi quatro dias em Paris tendo refeições muito românticas comigo mesma à base de baguete e Coca Zero comprados no Carrefour. Mas, no último dia, eu juntei minhas moedinhas que sobraram e fui almoçar no Le Relais de L’Entrecôte, que me foi recomendado pelo algoritmo do TikTok e, ao contrário de muitas recomendações feitas pelo aplicativo, parecia ser uma boa pedida.
Le Relais de L’Entrecôte: open bar de bife e batata
O restaurante tem apenas um prato: o entrecôte com fritas. O valor desse prato também é fixo e, em março de 2023, era 27,50 euros.
A graça fica no fato de que você pode repetir o prato sem custo adicional; as garçonetes passam pelas mesas oferecendo mais carne e mais batata para quem quiser. Ou seja, se você repetir 27 vezes e meia, cada prato sai por um euro. Mas você dificilmente vai conseguir comer tanto, porque a primeira porção já é muito bem servida.
Como o restaurante é conhecido, tem fila antes mesmo de abrir – eu cheguei cerca de meia hora antes da abertura e, portanto, não precisei esperar muito; nas avaliações do Google, a fila é praticamente um personagem a mais na história do Le Relais de L’Entrecôte, então se prepare para ela.
Talvez por isso serviço seja tão rápido, num esquema fast food chique: entrar, pedir, comer e ir embora parece uma produção em série. Mas não me senti sendo apressada em nenhum momento.
Ao entrar, fui direcionada para a Mesa Triste (a que é reservada para quem viaja sozinho e fica no pior lugar da casa – neste caso, bem na entrada) e uma garçonete rapidamente anotou meu pedido: entrecôte, claro, e uma taça de vinho que custou 7 euros. Ao lado da Mesa Triste, também pude ver todas as sobremesas que eles oferecem, e já tive certeza ali mesmo que iria pedir uma sobremesa.
Antes de chegar o prato principal, você recebe um pratinho com folhas e nozes como entrada, além de um pouco de pão. Não tem lá muita graça, mas te distrai até chegar a grande estrela.
Por mais que o prato “bife com molho e fritas” pareça simples demais, vale lembrar que, em primeiro lugar, o steak-frites é um prato bem tradicional francês feito com um contra-filé bem macio, e o molho de manteiga com ervas do Relais faz toda a diferença. É muito gostoso, de comer devagar para sentir a carne desmanchando na boca. Ainda bem que dá para repetir!
Depois de ter repetido o prato e tomado essa taça bem generosa de vinho, achei que era hora de ser um pouco (mais) generosa com a minha dieta e pedi a sobremesa: uma torre de chocolate, merengue, sorvete e cookies chamada Vacherin du Relais.
Quando tive certeza de que não conseguiria mais comer nem um macaron, foi hora de pagar a conta. O valor total, com o imposto que é calculado depois, foi de 43 euros. A taxa de serviço fica a critério do cliente, e eu devo ter arredondado para 45 euros, mas é impossível de lembrar agora porque toda essa glicose não acalmou a tacinha de vinho tinto que tomei com a refeição.
Vale a pena comer no Le Relais de L’Entrecôte?
O Le Relais de L’Entrecôte foi o unico restaurante onde comi em Paris, e tenho certeza que foi a decisão correta porque não teria a menor condição de pagar 45 euros por refeição!
Dito isso, se um dia voltar para Paris, com certeza irei novamente, porque tudo estava muito gostoso, a atmosfera é bem informal e era tudo muito gostoso mesmo. Já falei que era tudo muito gostoso? Porque era.
Não sei dizer como o custo-benefício se compara com outros restaurantes, mas acho que, se você tiver um dinheiro a mais na cidade, vale experimentar. Aliás, não apenas em Paris, já que existem restaurantes do mesmo grupo em Londres, Nova York, Hong Kong, Dubai, Genebra…
Ou seja, eu nem precisaria pegar o Eurostar para comer o entrecôte… Mas ninguém conseguiria me convencer a pagar tudo isso num jantar de bife e fritas na cidade onde eu moro, então pronto.
Le Relais de L’Entrecôte – onde fica
A unidade que eu visitei fica na 20 Rue Saint-Benoît, e a estação mais próxima é Saint-Germain-des-Prés.
Já segue o Instagram do blog? Pois siga agora!