Vicenza foi uma cidade que foi crescendo na minha curiosidade até eu visitá-la. Primeiro tinha interesse por ser a capital da província onde meu bisavô nasceu. Depois, me contaram que é uma cidade com uma boa oferta de trabalho – e, como parte das minhas viagens pela Itália é para conhecer potenciais cidades para morar nos próximos meses, agora eu tinha, além da curiosidade, um bom motivo para ir.
Cheguei a Vicenza em uma noite de segunda-feira, umas nove horas. Sabendo que era uma cidade grande, meu primeiro estranhamento foi encontrar tudo fechado e as ruas praticamente vazias. Fazendo um paralelo com Verona, que é cidade próxima dali e que também é capital da província, sua praça central, a Piazza Delle Erbe, está sempre cheia, inclusive a noite; a Piazza dei Signori, que é a central de Vicenza, estava tão vazia que até deu um medinho de estar ali – e eu nunca senti medo andando sozinha à noite em nenhuma cidade na Itália. Mas quem mora na cidade garante que é tranquilo; vai ver foi mais o estranhamento mesmo.
Talvez de segunda-feira muitos bares e restaurantes não abram, mas até na cidade que eu moro, que é pequenininha, se encontra alguma coisa. Em Vicenza, tive que me contentar em pedir um kebab no quarto do B&B e dormir cedo para aproveitar o dia seguinte.
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Logo que acordei, comprei o ingresso para o Teatro Olímpico e me programei para participar da visita guiada das 15h. Com isso, eu teria umas cinco para conhecer todo o centro histórico com calma, almoçar tranquila e, depois do Teatro, voltar para a estação de trem.
Mas cinco horas não foram o suficiente. Foram muito mais que suficiente!
O que fazer em Vicenza em uma tarde?
O centro de Vicenza é tão pequeno que, em meia hora, você vê tudo. A maioria dos pontos de interesse fica na Piazza dei Signori: ali estão o Palazzo del Capitaniato, a igreja de San Vicenzo, a Torre Bissara e a Basilica Palladiana. Logo atrás, na Piazza delle Erbe, há a Torre do Tormento. Perto dali, no Corso Andrea Palladio, pode-se ver diversos pallazos criados pelo arquiteto que dá nome à rua. E, em frente ao Teatro Olímpico, há o Pallazzo Chiericati.
E só!
Com exceção do Teatro Olímpico e do Pallazzo Chiericati, que é o Museu Cívico da cidade, nada está aberto para visitas. Ou seja, ir a Vicenza é, essencialmente, um passeio para admirar os prédios projetados por Palladio.
Isso não é pouca coisa: Andrea Palladio é um dos arquitetos mais importantes da história e seus trabalhos fizeram de Vicenza Patrimônio Mundial da Unesco. Ele revolucionou a arquitetura no século XVI com inspiração nas construções clássicas romanas e seus Quatro Livros da Arquitetura são até hoje referência para esses profissionais.
Só que, para quem é leigo em arquitetura, não é um passeio empolgante. É claro que as construções são lindas, mas acho que, para admirar Vicenza como um museu arquitetônico a céu aberto, é preciso ter um interesse bem específico. E, sinceramente, não é o meu!
Além do passeio no centro histórico, cogitei ir à Villa La Rotonda, que é uma das construções mais famosas de Palladio. Trata-se de uma mansão fora da cidade com um jardim lindo aberto ao público (a villa em si só abre às quartas-feiras). Mas o ônibus até lá demoraria muito e, como queria mais ver o Teatro, acabei deixando quieto. Sinceramente, não me arrependi; seria uma viagem de uma hora para ir e outra hora para voltar para ver mais um prédio bonito.
Então, passei o dia dando uma volta pelas ruas meio sem rumo e sem ter o que fazer até dar o horário de visitar o Teatro.
Ao visitar Vicenza, não deixe de fazer a visita guiada no Teatro Olímpico. Veja aqui como funciona!
Vale a pena visitar Vicenza?
Vicenza definitivamente não é uma cidade muito turística, nem parece ter esse foco. Sinceramente, nem não consigo sequer recomendá-la caso você tenha uma tarde livre ao visitar Verona ou Veneza; acho que, se você mora na Itália e tiver um sábado sem fazer nada, compensa visitar um dia para conhecê-la.
Mas, caso você também pretenda morar na Itália, todo mundo com quem eu conversei confirmou que é realmente um ótimo lugar para se viver. É tranquila, com oportunidades de emprego, custo de vida relativamente baixo e tão segura quanto qualquer outra cidade grande.